segunda-feira, agosto 15, 2005

No fim da linha

São latidos ensurdecedores que começam assim que alguém entra. Os cães que ainda têm força esticam-se o mais que lhes permitem as exíguas correntes, formando um friso de cabeças de olhos suplicantes. Outros limitam-se a fixar as pessoas com um olhar profundamente triste. Nos canis municipais, destino dos animais sem dono, há de tudo. Os rafeiros e os de raça. Os recém-nascidos e os velhos. Os que sempre viveram na rua e os que conheceram o conforto quando eram considerados animais de estimação. Hoje, solitários e confusos, partilham um ambiente de doenças e cheiros nauseabundos. Chegados ao corredor da morte, quantas vezes levados pelos próprios donos, outras capturados nas ruas, o pior pode acontecer: serem mortos a tiro, por afogamento, envenenamento, sufocação, enforcamento, à facada, ao pontapé ou à paulada, com choques eléctricos... uma lista trágica denunciada pelas associações zoófilas que faz da injecção letal, prescrita pela Direcção-Geral de Veterinária, um mal menor. O fim da linha para muitos dos dez mil cães e gatos que se estima serem abandonados anualmente em Portugal. Uma prática com dois picos dramáticos: no Verão, por causa das férias, e no Outono, devido à caça.
por Isabel Lopes

5 Comments:

Blogger Pedro Santos Cardoso said...

Parabéns pelo blog!

4:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É horrivel a crueldade do ser humano...

8:01 da tarde  
Blogger El Gordo said...

E eles só pedem um amigo, e em troca dão tudo...

1:35 da manhã  
Blogger Peste said...

É triste e deprimente saber a verdade sobre estes pobres animais...

10:27 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

E muito triste quando se quer tanto a um cão e o destino nos obriga a termos que nos separar deles, como foi hoje o meu caso. Tinha o meu grande e fiel amgo a sofrer muito, com muitos problemas cardiacos, respiratorios, figado e prostata. Estava a sofrer muito e prestes a deixar-me... não tive outra solução, senão acabar com o sofrimento dele, e agravar o meu pela dor de nao o voltar a ver...

Doi muito, mesmo muito e nao percebo a crueldade de certas pessoas que os teem saudaveis e os mandam para o corredor da morte. Essas pessoas mereciam o mesmo sofrimento que os animais teem, e o mesmo olhar triste enjaulados e a esperar pela hora em que teriam a injecção letal à espera deles

Nao me consigo abster da dor... desta separaçãoo sem retorno. Leva-o em bem meu querido S. Francisco de Assis, leva o meu Bossinho, e apazigua a minha dor
Mail: Salvacao@gmx.de

Isabel (12.7.2006)

10:42 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home